Crítica da Razão Pura (resumo) - Introdução - VI - Problema Geral da Razão Pura

A metafísica vacilou até hoje por não ter pensado na pergunta: como são possíveis os juízos sintéticos a priori?

A salvação ou ruína depende da solução deste problema ou demonstração de sua impossibilidade.

Hume pretendeu ter alcançado a segunda. Analisou a proposição sintética da ligação do efeito com as causas, o princípio de causalidade, e supôs provar que tal proposição a priori era impossível.

Para ele, o que se diz causa provém da experiência e é afirmado pelo hábito, que lhe dá aparência de necessidade. Algo que se vê anteceder outra coisa, e que acreditamos que sempre a antecederá.

Se fosse assim, se destruiria toda a filosofia pura, mas também a matemática pura, também alicerçada em proposições sintéticas a priori.

Portanto, quem resolve este problema também poderá explicar como são possíveis a matemática pura e a física pura. E saberá se é possível uma metafísica pura.

Mesmo que a metafísica não possar ser uma ciência, permanecerá como disposição natural do homem (metaphysica naturalis), por exigências internas da razão.

Em todos os homens, desde que a razão esteja acima da especulação, haverá uma metafísica.

Assim, além de perguntar se ela é possível como ciência, se indagará: como é possível a metafísica enquanto disposição natural? Como suas questões surgem da natureza da razão humana em geral?

A crítica da razão conduz à ciência, enquanto o seu uso dogmático conduz a pares de afirmações contrárias e igualmente plausíveis e, com isto, ao ceticismo.

A crítica da razão é uma preliminar analítica à autêntica metafísica, que deverá alargar o campo do nosso conhecimento a priori.

Nenhum comentário: