Diferença e Repetição - 1 - A Diferença em si mesma - A Diferença e a Univocidade do Ser. Duns Scotus, Spinoza, Nietzsche


O ser não é gênero: mude-se o modelo do juízo ao da proposição. Nela: sentido ou exprimido pela proposição. Os expressantes ou designantes que são modos numéricos, isto é, fatores dif que caracterizam os elementos dotados de sentido e designação.
Israel-Jacó: distinção real, mas nada de numérico ou ontológico: formal, qualitativo o semiológico
[prefiro dizer que são duas realidades, com dois significados diferentes, como a estrada numa e noutra faixa não é a mesma, e na contramão é abismo e não caminho. Mas há casos de diferença de significado com um só sentido]
3. É da essência do ser unívoco reportar-se a dif individuantes, como o branco que reporta a intensidades diferentes é o mesmo branco.
4. O ser se diz de um único sentido em tudo que difere, e da própria diferença.

OS DOIS TIPOS DA DISTRIBUIÇÃO

1. Distribuição de propriedades fixas e distibuição nômade. Logos e nomos.
[partilha do espaço entre os sujeitos, distribuição dos sujeitos num espaço];
2. Não é o ser que se reparte nas coisas, mas as coisas nele, na univocidade da simples presença (o Uno-Todo).
3. Distribuição mais demoníaca que divina, mais salto que limite, desvio.
3.1. A distribuição nômade perturba as estruturas sedentárias da representação.
4. Duas hierarquias: de limites e proximidade do princípio, e de potência, capacidade do salto, da hybris, da desmesura, do ir ao máximo. Anarquia coroada: tudo é igual.

IMPOSSIBILIDADE DE RECONCILIAR UNIVOCIDADE E ANALOGIA

1. Analogia: cumplicidade entre as diferenças genéricas e específicas.
1.1. Mediação e generalidade: identidade do conceito em geral e analogia dos conceitos mais gerais, nas regiões médias do gênero e da espécie.
2. Analogia: incapacidade para individuação.
2.1. Atribuição do fator individuante a forma ou matéria (generalidades) já dada.   
3. Univocidade: referencia essencial e imediata ao fator individuante.
3.1. Natureza nômade do fator: princípio transcendental, circulável entre matéria e forma, que constitui provisoriamente e que desconstitui os seres.
4. Individuação e especificação: diferenças diferentes.
4.1. Precedência da ind. sobre a matéria e a forma, partes e espécies.  
5. Univocidade: referencia imediata do universal ao singular, em oposição à mediação recíproca do geral e do específico.

MOMENTOS DO UNIVOCO: SCOTUS, SPINOZA, NIETZSCHE

1. Scotus: ser unívoco como neuter, indiferente a finito e infinito, singular e universal, criado e incriado.
1.1. Combate ao panteísmo, pelo combate à analogia no juízo.
2. Distinção formal e modal: qualitativa e quantitativa, unívoca e intensiva.
3. Spinoza: não neutro[mudez], mas afirmação pura, Deus sive natura.
3.1. Teoria cartesiana das substâncias: confusão de ontológico, formal e numérico (substância, qualidade e quantidade).
3.2. Spinoza: substância, atributos e modos.
3.21. A diferença real nunca é numérica: qualidades da substancia una
3.22. A dif numérica nunca é real: modos intrínsecos da substancia e seus atributos.
3.23. Modo: grau de potência, com obrigação de desenvolver-se até o seu limite.
3.24. Atributo: comuns a substancia e aos modos.
3.25. Ser: substancia (in se) e modos (in alio).

A REPETIÇÃO NO ETERNO RETORNO DEFINE A UNIVOCIDADE DO SER
1. Indiferença ontológica em Spinoza: modos dependem da substancia, mas não vv.
2. Nietzsche: eterno retorno como subversão categorial.
2.1. Retorno, mas não do idêntico: o mundo da vp dissolve todas as identidades.
2.2. Retornar é o ser, mas do devir.
2.3. Retornar não faz vir o mesmo, mas é o Mesmo que devém.
2.4. Retornar, identidade como potência segunda, identidade da diferença. Repetição.
3. Eterno retorno como princípio seletivo das diferenças: só retornam as que o suprtam.
3.1. Quem retorna
a) Não é o todo, o mesmo ou a identidade prévia em geral
b) O pequeno ou o grande, como partes do todo ou elementos do mesmo

c) Mas as formas extremas, que pequenas ou grandes, vão ao limite, e o excedem, passam no outro e o tornam idêntico. Metamorfose. 

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