Introdução
O ser humano é uma
entidade multidimensional, cuja complexidade não pode ser limitada a nenhuma de
suas dimensões. Tentou-se, em vão, reduzir a vida biológica a um conjunto
específico de reações físico-químicas, mas sem sucesso; as características
especiais dos sistemas biológicos desafiam qualquer reducionismo científico.
O mesmo ocorre com
os processos psíquicos. Muitas são as propostas de considerá-los como meras
decorrências (epifenômenos) dos fenõmenos biológicos, como mecanismos
fisiológicos de segundo grau. Esta é mais uma empreitada a se revelar
mal-sucedida, pois, se é verdade que a psique não existe nem atua sem as
necessárias condições fisiológicas, estas não explicam àquela como a moldura, a
tela e a tinta não bastam para determinar o teor da obra do artista.
Porém, mesmo no
âmbito psíquico, há processos que devem ser adequadamente diferenciados. Nem
todos se enquadram no mero funcionamento neurológico-cerebral. Há fenômenos
mentais que extrapolam as capacidades cerebrais, e há outros em que a mente tem
participação limitada, fazendo-se patente a presença de alguma forma externa de
consciência ou pensamento.
Muitas são as
classificações propostas para estes fenômenos. Sem o afã da novidade, serão
propostas aqui quatro categorias didáticas, com o fim de destacas as
particularidades de cada processo: psíquicas, inter-psíquicas, meta-psíquicas,
inter-anímicas. As primeiras são aquelas que se dão no campo de uma psique
isolada; as segundas são as que se produzem na interação de duas mentes
situadas em corpos físicos; as terceiras são as que se originam numa psique,
mas que exorbitam as capacidades psíquicas ordinárias; e as últimas são as que
decorrem do contato de uma psique localizada num corpo físico e uma consciência
destituída de veículo corporal denso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário