Tratado do Desespero e da Beatitude - Introdução: esperar versus desesperar. O desespero como força.

INTRODUÇÃO

I

1. Começar pela noite, pelo escuro, pelo desespero. Pelo silêncio. Os outros nos distraem.

2. Desespero: está em mim, mas não eu: é o vazio.

2.1. Angústia da solidão: nada ser, nada conhecer senão este nada mesmo.

2.2 Extremo da angústia, o desespero é o fim dela. Se a tristeza é um estado negativo, o desespero é neutro.

2.3. Mas nunca é original: é a recusa da esperança, é uma perda, uma ação. O zero foi o último número inventado.

3. Desespero é saúde da alma: está para a esperança como a serenidade para o medo.

4. Quando maior minha potência, menos preciso esperar.

4.1. Desespero, pois, é força da alma.

4.2. Virtude ateologal.

5. Esperar é temer a frustração. Temer é esperar a tranquilidade. Labirinto das relações.

5.1. O temor é prisão: esperança é sair dele e voltar. Bem e mal.


5.2. Falso prazer igual a real sofrimento.

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