Faculdades psíquicas, inter-psíquicas, meta-psíquicas e inter-anímicas. Parte III (Faculdades Inter-Psíquicas)

            Além das faculdades ditas interiores, porque decorrentes da atividade psíquica interna do indivíduo, existem aquelas que decorrem de relações intersubjetivas, A própria ciência oficial já reconheceu esta verdade, ao propor, ao lado da inteligência analítica, uma inteligência emocional, uma capacidade de manter relacionamentos harmoniosos e produtivos. Contudo, existem faculdades que exorbitam as formas usais de interação social, envolvendo integrações de níveis mais profundos.
           

            A psicologia ocidental já identificou o complexo de ego, o processo psíquico pelo qual a pessoa constróia sua identidade, mediante uma auto-imagem enquanto enteidade distinta das demais e que precisa sobreviver, não só fisiologicamente como psicologicamente. Inclusive já se sabe muita coisa a respeito do desenvolvimento do ego, desde a fase de inconsciencia da primeira infância, passando pelo absoluto egocentrismo dos anos seguintes, num processo que  culmina no que é considerado maturidade psicológica, na fase adulta.
            Porém, uma pequena parte dos indivíduos consegue ir além das limitações impostas pelo ego, o qual possui importante função de referência e equilíbrio psíquicos, mas que distorce unilateralmente a realidade exterior na busca de expansão e concretização de seus fins. É por isto que muitos de nós tendemos a reproduzir, reiteradamente, situações padronizadas, que refletem ocasiões traumáticas em que o ego se viu ameaçado, geralmente originadas da infância, e para muitos estudiosos – em existências anteriores da individualidade espiritual.
            Assim, poucos de nós temos a condição de atentar para a realidade do outro, para suas necessidades e emoções, de ocupados e preocupados que somos com nosso próprio bem-estar.  As pessoas que conseguem dar os primeiros passos na senda do altruísmo, porém, desenvolvem a faculdade de se colocar no lugar do outro, de ver as coisas sob o ponto de vista dele, de compreender suas motivações e anseios. Tal faculdade, tão importante e tão rara, chama-se Empatia.


            Em virtude de nossa natureza energética multidimensional, vivemos em um verdadeiro oceano de vibrações dos mais variados matizes. Circundando e mesmo atravessando nossos corpos, temos raios cósmicos, radiações atômicas, fótos, ondas de rádio, átomos, energias prânicas – a série é inumerável.
            O pensamento é uma destas realidades energéticas que nos permeiam a todo istante. Ao contrário do que postula a ciência ortodoxa, a faculdade de pensar não está adstrita ao cérebro; ao contrário, apenas se manifesta nele, mas o transcende. Além disso, ela não possui apenas os meios corporais de expressão – a voz, o gesto, a escrita. Até chegar ao corpo físico, o pensamento desencadeia uma série de emanações nas estruturas energéticas sobre as quais atua.
            Entretanto, a intensidade, qualidade e demais características dos pensamentos diferem bastante de caso para caso. Uma coisa é o devaneio ocasional de um trabalhador urbano à espera do seu ônibus; outra é a ideação prolongada da obra de arte pelo gênio que a concebe. Assim, os pensamentos mais frágeis quase não deixam marcas energéticas fora do indivíduo, como ondas passageiras no mar do cosmo, enquanto as idéias fortalecidas criam realidades plástico-energéticas que adquirem autonomia e sobrevivem por tempo variável no meio ambiente, sendo ocasionalmente recepcionada por uma mente e em seguida devolvida ao meio ainda mais energizada.
            Muitos dos pensamentos que nós concebemos não são de origem nossa; boa parte deles circula pelo ar e impressiona nossos corpos energéticos. Isto significa que boa parte de nós somos bons receptores de pensamentos, mas isto obviamente em conformidade com nossas inclinações; um músico captará fragmento de frases melódicas, o sexólatra imagens pornográficas, e assim por diante.
            Deste modo, a Telepatia, considerada fantasiosa pelos acadêmicos tradicionalistas, é uma realidade inegável, mas se divide em diferentes expressões, que devem ser estudadas em detalhe.    


            A captação de pensamentos é algo relativamente fácil. Basta deixar a mente num estado de passividae consciente, e eis que inúmeras idéias nos ocorrerão. Porém, uma coisa é ser sensibilizado por um pensamento exterior; outra é identificá-lo exatamente como ele é. Assim, uma coisa é sentir um pensamento matemático e lembrar de uma equação do segundo grau, quando ele em verdade consiste numa proposição trigonométrica. Outra é percebê-lo tal qual ele é em si mesmo.
            A telepatia passiva, portanto, com alto grau de fidelidade, é coisa difícil. Homens há que captam uma idéia que paira no ar, conforme sua especialidade. Assim, diz-se que Edison chegou a concluir mais de duzentos inventos que outros começaram e não conseguiram terminar, captando seus pensamentos e os desenvolvendo.


            Mais difícil ainda que a capacidade de recepcionar pensamentos é conseguir transmiti-los. Para isto, não basta emiti-los, pois todos nós o fazemos. É preciso que ele possua intensidade satisfatória para perdurar sem ser dissolvido no meio ambiente, e que seja direcionado adequadamente para atingir o seu fim.
            Assim, a telepatia ativa envolve grande capacidade de concentração, requer treino e estudo. Ela pode ser de grande valia para o terapeuta, sobretudo nos casos de ação à distância.



            A telepatia interativa é a conjunção das duas capacidades acima mencionadas: a de receber e enviar pensamentos. Uma comunicação telepática eficiente requer que os dois indivíduos possuam ambas as faculdades. Porém, em casos especiais, acontecem a indivíduos que não as tenham desenvolvidos, como ocorre com casais, pais e filhos, irmãos gêmeos, quando os dois parecem ter a mesma idéia simultaneamente, ou quando percebem qualquer alteração ocorrida com o outro mesmo a longa distância. 

Nenhum comentário: