Além das faculdades
ditas interiores, porque decorrentes da atividade psíquica interna do
indivíduo, existem aquelas que decorrem de relações intersubjetivas, A própria
ciência oficial já reconheceu esta verdade, ao propor, ao lado da inteligência
analítica, uma inteligência emocional, uma capacidade de manter relacionamentos
harmoniosos e produtivos. Contudo, existem faculdades que exorbitam as formas
usais de interação social, envolvendo integrações de níveis mais profundos.
A psicologia
ocidental já identificou o complexo de ego, o processo psíquico pelo qual a
pessoa constróia sua identidade, mediante uma auto-imagem enquanto enteidade
distinta das demais e que precisa sobreviver, não só fisiologicamente como
psicologicamente. Inclusive já se sabe muita coisa a respeito do
desenvolvimento do ego, desde a fase de inconsciencia da primeira infância,
passando pelo absoluto egocentrismo dos anos seguintes, num processo que culmina no que é considerado maturidade
psicológica, na fase adulta.
Porém, uma pequena
parte dos indivíduos consegue ir além das limitações impostas pelo ego, o qual
possui importante função de referência e equilíbrio psíquicos, mas que distorce
unilateralmente a realidade exterior na busca de expansão e concretização de
seus fins. É por isto que muitos de nós tendemos a reproduzir, reiteradamente,
situações padronizadas, que refletem ocasiões traumáticas em que o ego se viu
ameaçado, geralmente originadas da infância, e para muitos estudiosos – em
existências anteriores da individualidade espiritual.
Assim, poucos de
nós temos a condição de atentar para a realidade do outro, para suas
necessidades e emoções, de ocupados e preocupados que somos com nosso próprio
bem-estar. As pessoas que conseguem dar
os primeiros passos na senda do altruísmo, porém, desenvolvem a faculdade de se
colocar no lugar do outro, de ver as coisas sob o ponto de vista dele, de
compreender suas motivações e anseios. Tal faculdade, tão importante e tão
rara, chama-se Empatia.
Em virtude de nossa
natureza energética multidimensional, vivemos em um verdadeiro oceano de
vibrações dos mais variados matizes. Circundando e mesmo atravessando nossos
corpos, temos raios cósmicos, radiações atômicas, fótos, ondas de rádio,
átomos, energias prânicas – a série é inumerável.
O pensamento é uma
destas realidades energéticas que nos permeiam a todo istante. Ao contrário do
que postula a ciência ortodoxa, a faculdade de pensar não está adstrita ao
cérebro; ao contrário, apenas se manifesta nele, mas o transcende. Além disso,
ela não possui apenas os meios corporais de expressão – a voz, o gesto, a
escrita. Até chegar ao corpo físico, o pensamento desencadeia uma série de
emanações nas estruturas energéticas sobre as quais atua.
Entretanto, a
intensidade, qualidade e demais características dos pensamentos diferem
bastante de caso para caso. Uma coisa é o devaneio ocasional de um trabalhador
urbano à espera do seu ônibus; outra é a ideação prolongada da obra de arte
pelo gênio que a concebe. Assim, os pensamentos mais frágeis quase não deixam
marcas energéticas fora do indivíduo, como ondas passageiras no mar do cosmo,
enquanto as idéias fortalecidas criam realidades plástico-energéticas que adquirem
autonomia e sobrevivem por tempo variável no meio ambiente, sendo
ocasionalmente recepcionada por uma mente e em seguida devolvida ao meio ainda
mais energizada.
Muitos dos
pensamentos que nós concebemos não são de origem nossa; boa parte deles circula
pelo ar e impressiona nossos corpos energéticos. Isto significa que boa parte
de nós somos bons receptores de pensamentos, mas isto obviamente em
conformidade com nossas inclinações; um músico captará fragmento de frases
melódicas, o sexólatra imagens pornográficas, e assim por diante.
Deste modo, a
Telepatia, considerada fantasiosa pelos acadêmicos tradicionalistas, é uma
realidade inegável, mas se divide em diferentes expressões, que devem ser
estudadas em detalhe.
A captação de pensamentos
é algo relativamente fácil. Basta deixar a mente num estado de passividae
consciente, e eis que inúmeras idéias nos ocorrerão. Porém, uma coisa é ser
sensibilizado por um pensamento exterior; outra é identificá-lo exatamente como
ele é. Assim, uma coisa é sentir um pensamento matemático e lembrar de uma
equação do segundo grau, quando ele em verdade consiste numa proposição
trigonométrica. Outra é percebê-lo tal qual ele é em si mesmo.
A telepatia
passiva, portanto, com alto grau de fidelidade, é coisa difícil. Homens há que
captam uma idéia que paira no ar, conforme sua especialidade. Assim, diz-se que
Edison chegou a concluir mais de duzentos inventos que outros começaram e não
conseguiram terminar, captando seus pensamentos e os desenvolvendo.
Mais difícil ainda
que a capacidade de recepcionar pensamentos é conseguir transmiti-los. Para
isto, não basta emiti-los, pois todos nós o fazemos. É preciso que ele possua
intensidade satisfatória para perdurar sem ser dissolvido no meio ambiente, e
que seja direcionado adequadamente para atingir o seu fim.
Assim, a telepatia
ativa envolve grande capacidade de concentração, requer treino e estudo. Ela
pode ser de grande valia para o terapeuta, sobretudo nos casos de ação à
distância.
A telepatia
interativa é a conjunção das duas capacidades acima mencionadas: a de receber e
enviar pensamentos. Uma comunicação telepática eficiente requer que os dois
indivíduos possuam ambas as faculdades. Porém, em casos especiais, acontecem a
indivíduos que não as tenham desenvolvidos, como ocorre com casais, pais e
filhos, irmãos gêmeos, quando os dois parecem ter a mesma idéia
simultaneamente, ou quando percebem qualquer alteração ocorrida com o outro
mesmo a longa distância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário