Todo sistema de pensamento possuirá, inevitavelmente, aspectos filosóficos, científicos e religiosos.
Muito do que consideramos hoje mera especulação filosófica se tornará fundamento de ciência amanhã; e muita ciência de hoje foi fruto de alguma idéia filosófica do passado.
Tal situação se mostra claramente tanto no caso da Medicina Ocidental moderna quanto no da Medicina Oriental Clássica.
No caso daquela, há muitos postulados filosóficos que impedem a pesquisa de certos problemas fundamentais; e o materialismo subjacente a muitas explicações científicas é defendido de forma quase religiosa por seus teóricos, como Freud, que exortou Jung a ajudá-lo a combater "a lama negra do ocultismo".
Já no tocante a esta última, há muitas idéias até hoje consideradas filosófico-religiosas que podem ser exploradas em suas consequências científicas, ensejando um verdadeiro programa de pesquisas quase totalmente a desbravar.
Em todo caso, o fortalecimento de ambos os sistemas médicos não requer somente a consideração dos aspectos até agora desprivilegiados em suas abordagens. Afinal, tão importante quanto consolidar a estrutura interna é desenvolver a correlação funcional com o contexto intelectual.
Assim, que se proceda ao importante diálogo entre a Medicina Ocidental e a Oriental, em seu tríplice aspecto filosófico, científico e religioso, para que novas perspectivas terapêuticas possam ser colocadas ao alcance do homem contemporâneo.
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