Com os estóicos, reformula-se inteiramente a compreensão das articulações internas do saber, essencialmente quanto aos ramos do conhecimento filosófico.
Desaparece a tripartição entre teoria, práxis e poiesis. Ao menos, deixa de ser tematizada explicitamente.
A lógica, considerada um instrumento (organon) por Aristóteles, adentra o continente do saber, e se torna o seu primeiro nível.
No campo do agir, a Política desaparece como ciência autônoma. Só o agir individual é que importa, em face do colapso da esfera pública da cidade grega, com a dominação do Império de Alexandre.
A filosofia da Natureza (Physis) permanece, mas ganha autonomia em relação ao saber teórico, e se torna normativa, pois o homem deve ajustar-se à natureza, que lhe oferece regra e padrão.
Além do mais, desaparece a chamada filosofia primeira, enquanto investigação autônoma em face da Física. Aquilo que hoje entendemos por Metafísica era tratado no interior da Física estóica.
Com estes elementos, podemos compreender a tripartição da filosofia estóica:
Lógica - Investigação do Logos, do Pensar
Física - Investigação da Physis, da Natureza
Ética - Investigação do Ethos, do Agir.
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