Do sexo à superconsciência - O aspecto comunicacional do fenômeno da corrupção

Segundo Osho, culpa-se, mas sem razão, a mente humana pela falta de amor no mundo. Nem a mente, nem nada criado por Deus é veneno. Os homens (religiosos e políticos, sobretudo) é que envenenaram a mente e obstruíram o acesso dos homens ao amor. 

A mente é nossa grande ferramente de compreensão da realidade: ela é um órgão de entender, como a mão é um órgão de agarrar. 

Se a mente não entende a realidade com que se depara, ou lhe faltam recursos (o que é comum), ou os recursos existentes e suficientes foram corrompidos. 

Transpondo a reflexão para o nível linguístico, temos: ou lhe faltam palavras para abordar o real, ou as palavras foram deturpadas. 

A expressão ''palavras deturpadas'' não alude a deficiências gramaticas ou semânticas. A ambiguidade da palavra ''manga'' (fruto da mangueira e parte da camisa) não impede que ela possa ser adequadamente utilizada nos contextos específicos. 

Uma palavra deturpada é aquela que: a) ou simplesmente não aponta para realidade intentada; b) ou aponta para uma realidade aparente e falsa. 

Com relação à palavra 'amor', muitos de nós passamos a vida ou aprisionados numa impressão vaga que não permite que o reconheçamos (primeira hipótese), ou o confundimos com outras realidades como a paixão, o sexo, o apego (segundo caso). 

Uma palavra deturpada é um signo corrompido: rompeu-se a sua relação com a realidade significada, com o Sentido ou referente. 

Para Osho, pregadores e políticos deturparam a mente. Corromperam as palavras. E o fizeram divulgando conceitos falsos (realidades aparentes e falsas) que se associam às palavras, corrompendo-as e impedindo a mente de, através delas, acessar a Verdade.

"Há milhares de anos o homem permanece árido de amor, enquanto supostamente se torna culto, e ninguém pergunta se a cultura e a religião, incapazes de preencher o homem com amor, não estão baseadas em falsos valores''.

É que não se trata de preencher.



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