Indagado por Bernard acerca da Natureza que o guiava, se era a Natureza Humana ou a Natureza em si, Cezanne disse tratar-se de ambas.
O jovem perguntou se se tratava de uma síntese entre universo e indivíduo, e ele respondeu ser uma ''percepção pessoal'', o que de certo modo confirma a hipótese: é a minha percepção subjetiva de uma realidade objetiva, meu olhar individual sobre o panorama que o universo descortina aqui à frente.
Nesse processo, a inteligência apenas organiza o que a percepção recolheu na sensação visual direta. É secundária. Não é um projeto, mas um ajuste. No máximo, um arranjo.
Buscando esclarecer se esta sensação é a visão ou o sentimento interior que acompanha o ver, Bernard escuta Cezanne impugnar tal distinção. Mas ainda assim coloca a primazia no ver. "Sendo pintor, apego-me primeiro a uma sensação visual".
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