6. Para Hegel, o problema
fundamental do dualismo é que, para ser dualismo, os termos têm que ser postos
como subsistentes por si mesmos, pois, se um é fundamento do outro, desaparece
o dualismo.e essa independência torna impossível a união dos termos, que só se
ligam de forma externa, cada um guardando a relação consigo mesmo, como
absoluto.
6.1. O resultado dessa absolutização
de finitos é a razão posta como faculdade do finito, confundida com o
entendimento, uma vez que, só podendo conhecer o finito, o torna absoluto. Como
pode a razão definir-se como limitada, senão conhecendo também seus limites?
Como saber o que é limitado senão pelo ilimitado?
6.2. Hegel procura mostrar que o
problema não é introduzir o infinito no finito, procurar como surge o infinito
na razão mas “como se dá o finito na razão”, uma vez que o que lhe é próprio é
o infinito.
6.3. Kant não percebe que as
categorias são múltiplas e determinadas, e o fenômeno tb é determinado, pois do contrário nem poderia
ser compreendido como algo diferente da aplicação da forma ou como resultado da
aplicação desta: o informe é incognoscível.
6.4.. Diante da oposição entre
mundo sensível e leis do entendimento, Kant introduz um terceiro elemento, tão
externo como os dois: o Esquematismo, para ligar a Sensibilidade e o Entendimento,
a faculdade de julgar para unir o entendimento e a razão, e a fé ou ideal para unir
o mundo sensível e o inteligível.
6.4.1. Contudo, esta relação
permanece externa, oposta aos próprios termos, e que não supera os lados (a
autonomia refletida no mundo das leis e autonomia imediata no mundo dos fenômeno,
como momentos postos um pelo outro.
6.5. A metafísica sabia da
pensabilidade do absoluto, mas o pensar girava em torno do seu objeto.
Descartes concebeu a unidade do ser e do pensar do absoluto, dando ao pensar a
posição de privilégio.
6.6. Kant, ao girar para o
sujeito, cinde a unidade originária do cogito e instaura o dualismo de pensar e
ser. e busca pensar o pensar como instrumento do conhecer. Hegel quer recuperar
o objetivo da metafísica e o subjetivo de Descartes, o ser inefável e o pensar
de Kant. E a partir da cognoscibilidade do finito oposta à incognoscibilidade
do infinito, chegar ao saber infinito do ser infinito, do absoluto.
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