A
ciência não apodítica, como se viu no estudo precedente, não procede por meio
de demonstrações.
Ela não efetua conclusões a partir de premissas. Porém, como
ela se comporta diante das premissas e
conclusões da ciência apodítica, da
razão demonstrativa?
No
que foi dito, já se antecipa o essencial para esta resposta. Se a ciência não
apodítica, ou inteligência, não cuida de obter conclusões, ela só pode cuidar
daquilo que, na ciência apodítica, corresponde às premissas. E se ela não efetua demonstrações, ela só pode
apreender, evidentemente, aquilo que é indemonstrável: as premissas, as bases
de toda e qualquer demonstração.
Com
isto, aliás, se resolve uma lacuna gnoseológica importante: ora, se as
conclusões advém das premissas, estas de onde adviriam? Ainda que eventualmente
provenham de um mestre aqui presente ou da tradição (já que parte delas
consiste em verdades nobres ou axiomas),
elas foram descobertas algum dia. E não o foram por demonstração, uma vez que
não são conclusões.
Assim,
o noûs fornece ao lógos apodektikos o arcabouço de
princípios a partir do qual ele efetuará a extração de conclusões (e de
refutações, que são demonstrações ao contrário, comprovações da inverdade de
conclusões defendidas por outrem).
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