Auto-crônica

Tomei uma decisão. 

Resolvi me policiar para que a cultura do ódio não mais me contamine. 

Críticas ferozes, argumentos ad hominen, alarmismos e manchetes derrotistas são coisas que circulam pela WEB e nos pegam muita vez desprevenidos, incitando-nos a passar-lhes adiante, propagando as correntes da violência. 

Toda Mudança verdadeira é uma Paz que caminha, e não uma violência estagnada a girar sobre si mesma. 

Isto não significa que abandonarei o direito de usar da palavra escrita para manifestar minhas divergências ao que está posto aí. Apenas procurarei adstringir-me ao campo das idéias, das propostas, das alternativas, dos pontos a salientar. 

Vez por outra, porém, me permitirei as armas do humor, da hipérbole satírica e de outros recursos argumentativos, dentro do horizonte da crítica honesta.

Buscarei também o verso, para não sucumbir ao prosaísmo da crítica pura e simples. 

É claro que me preocupo com os rumos que o nosso país está tomando. Todavia, sei (embora às vezes me esqueça) de que se muda a sociedade mudando primeiro as pessoas, e eu só posso começar por mim. Da Cultura à Ética, para chegar à Política. Do pensamento à ação, ao hábito, à instituição, ao programa, à norma, ao conjunto. Dos dias para os anos. Do presente para o futuro. Do 
Agora para o Depois. Da minha ação neste instante, portanto. 

O Diálogo é a primeira Paz. É a Paz da Teoria, do Pensamento.

A Justiça é a segunda Paz. É a paz da Práxis, da Ação. 

A Solidariedade é a terceira Paz. É a Paz da Poiesis, da Criação.

Todas elas estão ao nosso alcance, a partir do instante seguinte. Mesmo que as não conquistemos sempre, tentemo-las. 


E é isso.

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