No
seu estudo da episteme do século
XVIII, Foucault realiza outra importante observação. Ele constata que ali ainda
não existia a Economia Política, como hoje se conhece, mas uma Análise das
Riquezas. Mas, o que explica esta diferença?
A
resposta de Foucault é simples: no século XVIII, a produção não existe. Isto
não significa que ela não seja realidade social, mas não é uma realidade
teórica, um conceito, um objeto, um problema no campo do conhecimento. E o que
existe em seu lugar?
Outra
resposta simples: a riqueza. E, por riqueza, Foucault destaca que não se
compreendia uma coisa específica dentre outras, mas um domínio amplo, no qual
se incluíam noções diversas como valor, comércio, preço, circulação, renda,
interesse.
Numa
tal perspectiva, a atenção se voltava unicamente ao momento do comércio, da
troca, da acumulação possível em virtude desta, e das condições que a regiam ou
deveriam reger.
Sobretudo,
havia análises a respeito do valor comparativo de riquezas nacionais, dos modos
de gestão das quantidades de bens e valores, do modo de aumentá-las.
Mas
não havia produção, tarefa prática das classes inferiores, tarefa teórica
também não nobre, e mesmo impensável.
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