Miguel Reale - Filosofia do Direito Cap 2 - A Filosofia como Enciclopedia das Ciências

Segundo Reale, o neopositivismo pontua a indissociabilidade entre a filosofia e o saber empírico. A filosofia é o saber formal, a ciência é o saber material. Uma estrutura o que a outra adquire. Uma cataloga o que a outra conquista.   

Para a Escola analítica de Cambridge e para o Círculo de Viena, filosofia não é senão faina metodológico-científica das ciências, a esclarecê-las e purificá-las de pseudo-problemas.

Para Wittgenstein, o objeto da filosofia é a clarificação lógica dos pensamentos. A filosofia não seria uma teoria, mas uma atividade. Um trabalho filosófico genuíno consistiria, essencialmente, em elucidações. O resultado da filosofia não seriam as proposições filosóficas, mas o esclarecimento das proposições da linguagem comum e das outras linguagens específicas.

Nesta perspectiva, a Filosofia não teria de fazer indagações sobre o ser, pondo ou alimentando problemas metafísicos, dos quais não seria possível dizer que são verdadeiros ou falsos, mas apenas destituídos de sentido.

A negação das possibilidades da filosofia não pára por aí...

Para Hans Reichenbach, inexistem verdades morais. A moral consiste em normas, cujo juízo é de valor e não de fato. Elas valem ou não valem, e pronto.  

Neopositivistas negam o juízo sintético a priori. Dizem que juízos lógico-matemáticos são formais, analíticos. Já os juízos morais e metafísicos seriam hipotéticos, passíveis de verificação quando dotados de sentido.

Althusser, por sua vez, embora não seja um neopositivista, reduz a filosofia a uma investigação das leis do pensamento. Uma anatomia do processo de pensar, de modo remotamente semelhante ao que Kant propunha, com sua anatomia dos processos de conhecer, querer e julgar.



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