As Razões de Aristóteles 6 - Os princípios comuns da ciência: definições e pressupostos (hypotesis)

Do conjunto total de premissas, dois grandes grupos se destacam, na perspectiva Aristotélica: as definições e as premissas. Ambas se complementam de modo a formar o quadro das condições necessárias para o início do processo de demonstração.

A definição (horismos) é a apresentação da coisa mesma, em seus limites (horos). Definir é dizer o que a coisa é e, pois, tornar manifesto o que ela não é.

Se eu digo que um homem é um animal racional, eu o excluo de uma série de conjuntos. Nada que não seja animal pode ser homem. Tampouco, nada que não seja racional.

Além disso, distinguem-se do homem todos os animais não racionais, bem como todos os seres racionais não animais, se os houver.

A pressuposição (hypotesis) é o que se faz com uma definição. É o tomar uma definição por dada.

Quando um geômetra, no início do seu raciocínio, pede: “suponha um isósceles de base igual a 5”, ele está tomando a definição de isósceles por estabelecida para começar seu raciocínio.

Mais ainda: supõe que não há impossibilidade ou contradição alguma em haver um isósceles de base 5. A partir daí ele começa a demonstração.

Definição e pressuposição são os princípios próprios de uma ciência. Cumprem funções associadas. 

De maneira didática, pode se dizer que elas cuidam do quê e do se da coisa. A definição diz o que a coisa é, e a pressuposição diz se a coisa é.


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