Apresentadas
as razões pelas quais não havia uma autêntica Economia Política e sim uma
análise das riquezas, Foucault indica, sem seguida, o erro historiográfico na
interpretação desta situação histórica.
Segundo
a avaliação tradicional dos historiadores, a Economia Política não era possível
no século XVIII por ainda vigorar a teoria do justo preço, pelas disputas
intelectuais em torno da justificação ou condenação do interesse e do juros,
bem como por causa de algumas confusões teóricas (ou, mais precisamente,
indistinções): entre moeda e riqueza, entre valor e preço de mercado.
Tais
características descrevem o mercantilismo de então.
Para
os historiadores, então, só mais adiante se descobriu o caráter convencional
(mas não arbitrário) da moeda, e o paradoxo do valor (diamante versus água),
permitindo uma Teoria Geral da Utilidade.
Esta
mudança gradual explicaria, dentre outras coisas, a importância dos preços
altos para o comércio da época, bem como o início de análise do mecanismo
produtivo com os fisiocratas, até chegar no alvorecer da Economia Política: a
divisão do trabalho em Adam Smith, o papel do capital em David Ricardo, as leis
do Mercado em Jean-Baptiste Say.
Foucault demonstra o modo como escapou à história tradicional da economia
o advento da produção como categoria econômica fundamental para a emersão da
moderna Economia.
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