Feitas
as suas considerações iniciais, a primeira tese crucial defendida por Bornheim
em seu estudo é a da ‘origem metafísica da dialética’.
A
Metafísica, neste caso, é compreendida não como uma disciplina filosófica ao
lado de outras, mas como uma espécie de pensamento com características
próprias.
Por
mais que os diversos sistemas metafísicos difiram imensamente entre si,
Heidegger propõe que toda metafísica interpreta a realidade total, interpreta o
todo do ser, a partir da perspectiva de um ente fundamental o supremo, que
colore o todo do ser.
Assim,
por exemplo, Platão ao interpretar o ser como Idea, Aristóteles como energeia,
Descartes como res, etc, seriam
exemplos de pensadores metafísicos.
A
Dialética seria metafísica por partilhar visceralmente da referência a um ente
fundamental. Mas, qual seria ele?
A
obra de Bornheim se dedicará a esta questão. Em todo caso, atente-se para o que
ele indica de saída: a crise atual da metafísica. Como será que esta crise
afeta a Dialética? A Dialética caducaria junto com a metafísica, caso esta
venha a ser superada? Ou se abriria, com isto, a possibilidade para uma
fundamentação mais radical da Dialética? É possível pensar numa Dialética
ontológica?
Acompanhe-se
o restante da obra para pensarmos, junto com o nosso autor, uma resposta
possível a isto.
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