A
tentativa de estabelecer um estatuto científico para a filosofia,
independentemente do que se entenda por ciência, não é novidade nas províncias
filosóficas.
A
episteme era o saber especial de
Sócrates e Platão.
A
filosofia primeira era vista, por
Aristóteles, como ciência dos primeiros princípios, do ser enquanto ser e da
substância.
Hegel
intitulou o seu sistema filosófico como ‘Sistema da Ciência’.
Husserl
escreveu uma obra luminosa dedicada ao projeto da “filosofia como ciência
rigorosa”.
Mas,
sobretudo, quem levou esta tarefa mais ao pé da letra foi o Positivismo de
Comte, que pretendia tratar a Filosofia como uma espécie de Metaciência, de
saber sistemático-científico, de Enciclopédia das Ciências, de Ciência
Universal dos princípios fundamentais das demais ciências.
Ao
tempo de Reale, o Positivismo ainda vigorava com grande força nos quadrantes da
cultura ocidental. Assim, não é estranho a ele o problema da filosofia como
ciência, o problema positivista. E é em relação a ele que Reale que filosofia é
ciência em sentido lato, enquanto sistema de conhecimentos metodicamente
adquiridos e integrados numa unidade coerente.
Porém,
ele logo assinala a diferença: a filosofia se afasta da ciência ao não gozar de
validade universal e verificação objetiva, inclusive empírica, da certeza de
seus dados e resultados, recordando que a Epistemologia atual ainda acrescenta
à ciência (Popper) a refutabilidade.
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